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Convivência volta a ser problema nos condomínios com as novas restrições.

O ano de 2020 ficou marcado entre moradores, síndicos e administradoras como um ano difícil. Com os moradores confinados em casa devido, à pandemia e às regras de isolamento social, os problemas de convivência aumentaram bastante.

O início de 2021 não tem sido diferente. Com as novas medidas restritivas da fase emergencial, os problemas nos condomínios voltaram. Com eles, as reclamações também. Talvez, até pior do que antes.
Entidades do setor relataram que, em São Paulo, as reclamações aumentaram cerca de 300% nos condomínios.

Excesso de barulho, crianças correndo, música alta, pessoas fazendo exercício em casa. Tudo passou a ser motivo de reclamação novamente.

Excesso de barulho é o campeão das reclamações de convivência
Seja música alta, eletrodomésticos funcionando tarde da noite ou muito cedo, festas e excesso de vozes, crianças correndo e gritando, cachorro latindo, obras e reformas. Não importa o tipo, o barulho é o campeão de reclamações entre vizinhos.

O aumento das reclamações durante essa nova fase da pandemia até poderia ser esperado. Afinal as pessoas estão em casa o tempo todo, tendo que reaprender a viver confinadas em seus espaços particulares.

Mas a falta de educação e de respeito de alguns moradores não podem ser considerados consequências do isolamento social. Muitos condôminos já desrespeitavam regras simples de convivência antes da pandemia começar.

Restrições ao uso de áreas comuns
Esse é outro foco de reclamação dos condôminos. Principalmente os que querem continuar usando as áreas comuns dos condomínios, sem nenhum tipo de restrição ou até mesmo sem máscara.

Não existe legislação específica sobre como os condomínios devem proceder, por isso a decisão acaba sendo do síndico e administradoras. Mas, nem todos ficam satisfeitos com as decisões, o que acaba gerando mais discussão e conflitos.

É preciso que haja um consenso entre moradores e síndicos sobre como as áreas devem ser utilizadas.

Muitos acreditam que o fechamento total das áreas de lazer é a melhor solução, para evitar de forma definitiva as aglomerações. Para outros o uso deve ser restrito, com hora marcada e limitação ao número de pessoas.

Entretanto, as restrições decididas nem sempre são cumpridas. Trazendo mais problemas e conflitos ao condomínio.

O papel do síndico em tempos de pandemia
Diante de todo esse cenário de conflitos e reclamações, o síndico surge como uma figura essencial à paz entre moradores. Mais do que nunca, é preciso mediar e buscar soluções que permitam uma convivência harmônica entre os moradores.

A população como um todo está muito cansada. Cansada de ficar em casa, de acompanhar problemas todos os dias, cansada de não poder sair de casa, ver parentes, viajar. E isso faz com que muitas pessoas fiquem em estado emocional mais sensível, mais nervosas, menos tolerantes.

Por isso cresce a importância do síndico nesse momento. É preciso que ele tenha um perfil apaziguador, mas faça valer as regras e normas impostas pelo condomínio.

Por mais que moradores tenham direito ao lazer que a vida em condomínio oferece, esse não é o momento para pensar de maneira individual.

Portanto, se a decisão é manter as áreas de lazer fechadas, o condômino que descumprir pode ser penalizado, inclusive com pagamento de multa.

Afinal, que tem razão?
Quem tem razão, com ou sem pandemia, são sempre as regras do condomínio. Elas estão estabelecidas no Regimento Interno e na Convenção. É dever de todo condômino conhecer esses documentos.

Entretanto, é preciso saber também que, em tempos de pandemia, essas regras podem ser provisoriamente alteradas em decorrência de decretos ou outras leis que tratem do estado emergencial.

É preciso entender que, embora o Regimento Interno e a Convenção do Condomínio sejam as leis máximas dentro do condomínio, existem leis, normas e decretos que precisam ser cumpridos, que atingem a todos.

Não se trata de uma questão de querer ou não cumprir, de gostar ou não gostar. É uma questão de lei, que obriga o cumprimento.

Conclusão
As novas restrições causadas pela segunda onda da pandemia trouxeram de volta problemas que os condomínios lutaram para enfrentar no ano de 2020. Os conflitos aumentaram e também aumentou a responsabilidade de síndicos e administradoras.

Todos precisam ter paciência e saber lidar com pessoas e conflitos. É preciso agir de forma apaziguadora e, ao mesmo tempo, ter pulso firme para garantir o cumprimento tanto das regras internas do condomínio quanto das leis e decretos em vigor em todo o país.

Veja nosso último artigo sobre a atenção que os condomínios ainda precisam ter durante essa nova fase emergencial em SP. Verá que não houve alterações quanto as orientações iniciais das entidades do setor. As medidas de isolamento e distanciamento previamente recomendadas no início da pandemia foram mantidas nessa nova fase restritiva.

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